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domingo, 27 de setembro de 2015

Céus

 

   Céus e Terra são amigos distantes. Se conheceram em tempos remotos, época na qual ainda se podia escrever sob a penumbra da Lua, sem receio de despertar a cobiça de algum olhar lisonjeiro, porém pretensioso. As pedras serviriam de apoio, base para ideais ou sustentáculo da própria vida. Elas negariam a si mesmas o repúdio advindo de seus companheiros mais favorecidos, agraciados com o fôlego da vida. Mesmo assim, foram suplantadas pelo êxito de sua formosura, embora, aos olhos dos demais viventes, continuassem elencadas ao rol do anonimato, destituídas de um significado mais celestial e profundo.
    É de bom grado contemplar o céu e avistar a nova possibilidade de ascensão espiritual. Como uma tábula em mãos, nos servimos da dádiva de poder reescrever uma nova teoria cósmica. Inicia-se a Suprema Corte. Céus e Terra em um majestoso e inebriante encontro. A superfície lunar como um rascunho do que ainda está por vir, em atrito com a Luz emanada do Grande Astro, protetor e defensor. Um espetáculo meticulosamente redigido para a euforia dos corpos ébrios.

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