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sábado, 27 de agosto de 2011

Resistindo ao ódio de amar


   Eu não quero ser igual às demais. Eu rejeito cada segundo que me é dado como condição para absorver crenças que não me engrandecem. Eu recuso a consciência "cega", opressora e pessimista. Eu quero uma simplicidade promissora, fortificante, contagiante e amena. Quero o amanhecer como acalento. Preciso do sol que clareia o caminho distante e desconhecido, mas não temo seus horizontes. Além de meros limites, para mim, são sinais, semelhantes à faróis das promessas de Deus para nós! Quem jamais se achou à mercê de vazios que pareciam insuperáveis, ou de correntezas que os levavam para longe? Prefiro continuar na nostalgia de imaginar que eu precisava ter ido ao "longe". Talvez se esse longe nunca tivesse existido eu continuaria a me enganar que a felicidade estava aqui, na quietude, no conformismo e no cotidiano entediante, que nos transforma em criaturas gélidas.
   Mas não, a felicidade é tão engraçada que ela sempre começa na tristeza! Eu não poderia ter a certeza de conhecê-la, a alegria, se não tivesse que cair tantas vezes e me machucar. Quão confortante é sentir o alívio depois da dor. Sem ela, estaríamos sujeitos a acostumarmos com passar apenas pelas vitórias. Eu preciso das perdas, eu quero a sofreguidão da vida, que me motiva a criar forças em achar a superação.
Linda música que diz "você não sabe o quanto eu caminhei pra chegar até aqui. Percorri milhas e milhas antes de dormir, eu não cochilei. Os mais belos montes escalei e nas noites escuras de frio chorei." Por isso, é que preciso agradecer todos os dias pelo frio que já senti, e pelo esforço em subir o mais alto dos montes, pois mesmo chorando, sabemos que nossas lágrimas serão enxugadas e nossos corações serão tranquilizados.
   Eu já não me incomodo com o que preciso, mas com o que desejo. E se essa vontade for graça dos céus é certo que aceitarei e lutarei. Por mais que venha a dor, eu já não a temo, enfim, eu consigo agradecer cada derrota. Toda aflição me é bem vinda, pois por trás da tempestade vem a calmaria, por trás das desilusões do mundo eu encontro o meu Senhor, Jesus!
As pessoas continuam a odiar o amar, por não saberem o que ele realmente é. Amar é estar em sintonia com o mundo, buscando a semelhança ao Senhor, seguindo seus mandamentos, orando, sendo caridoso, humilde com os irmãos e tendo fé. Não basta apenas caminhar, é preciso acreditar que se chegará ao final, com a consciência de que a estrada não é fácil.
   Mas Deus nos monitora. O mundo é tão cheio de surpresas. Ufa, ainda bem! Chatice seria uma rotina predeterminada, um coração programado, um gesto calculado ou um olhar limitado. Meu Deus, eu preciso de muito mais que palavras formadas, preciso me surpreender com as ocasiões. Porque o que me é oferecido já não pode mais ser "mastigado", a ponto de ser digerido.
   Peço-vos que me oriente a enxergar o que não vejo, a imaginar o que ainda não chegou e a sentir o que ninguém jamais sentiu. Eu sonho em vir a ser o amor, não apenas vê-lo como propriedade material, conquistada. Ele precisa estar em cada um dos sobreviventes desta guerra, para que, munidos de compaixão mútua, possam ser escudo e frente de batalha no combate espiritual.