Eu
me recordo do dia em que cheguei aqui. Todas as minhas forças se dissipavam, e o
choro conseguia incomodar quem se encontrava de fora. Aos poucos, aquele
sofrimento introspectivo ignorava a calmaria que convidava a alma a se libertar.
Parecia uma descrença sem fim. As palavras não brotavam mais como outrora,
careciam de motivação para apenas serem. Mesmo assim, é fascinante compreender
a grandeza do sofrimento. Dentre todas as experiências que a vida apresenta, a
profunda tristeza é a única que consegue gerar a força criativa de quem apenas quer
voltar a reluzir, embora insista em se manter opaco.
Acredito no que consideramos campo espiritual negativo, assim como percebo a força das más energias ceifando a
existência de qualquer um, principalmente daqueles que trilhavam os mais belos passos, sem
cometer uma atrocidade sequer contra seu semelhante, e desmoronaram diante da maldade. Percebo que quanto mais
nos tornamos apaixonamos pela vida, mais ela tem a nos oferecer. Concluindo, sinto dizer: não desistirei dela. Por que consentir com fatos que
fizeram de um subconsciente feliz o próprio calabouço, quando escolhemos basear
toda a nossa história em boas ações?