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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A melodia da vida


Penso que as pessoas devem odiar o amar, apenas por não entenderem seu real significado. A humanidade continua a se afundar em verdadeiros massacres existenciais, persistindo na indiferença de olhar o amor como algo desprezível, que não lhe acrescenta grandes feitos. A meu ver, a melhor forma de despertar o sentimentalismo adormecido é através da música. Uma melodia, uma voz adocicada ou um acorde instrumental são capazes de nos levar ao interior do que realmente somos, ou do que pretendemos ser. Para mim, ser músico é compreender a linguagem dos anjos, e assim, alcançar dimensões jamais visitadas, que por algum segundo foram conceituadas como abstrações, mas se superaram ao encontrar com a alma daquele que tenta, a qualquer circunstância, ser feliz.
Não consigo imaginar uma vida sem música. A harmonia que ela nos trás é como se passássemos por uma torrente que, posteriormente, se desfaz em milésimos de segundos. Melhor que isso: a música desperta, dentro do ser, a esperança de que a vida sempre é a melhor escolha, por mais destrutiva e injusta que possa parecer, transformar a rotina angustiante em um espetáculo musical é a pulsão que nos motiva e revigora, a sempre levantar após cair.
A música funciona como aquele baú antigo. Podemos passar anos sem ouvi-la, mas ela foi criada há um determinado tempo e registrada. Está lá! Guardada com todo zelo, pronta para ser aberta e admirada. Todo artista venera a sua obra.
Quero ser a compositora dos caminhos, desejando ouvir cada nota com os ouvidos de meu coração, ao perceber que meus desejos não são tão errôneos ou absurdos como aparentam. Nunca desejei viver tão ardentemente como agora, pois sinto que minhas músicas me preenchem. Já não sinto o mesmo vazio sufocante, e até posso me transportar para terras onde meus olhos não conseguem alcançar.