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sábado, 13 de abril de 2013

Horizonte

  
     Pequeno limite que separa o percebido do imaginável. Atmosfera recriada com o inebriante avistar dos sonhos, calcado no relance de um pensamento apaixonado. Me vejo como fagulha solta, derradeiro passo em direção ao princípio da vida. Mistério científico, mitológico, ontológico. Assim surgimos, criaturas voltadas à luz, dependentes de se autoafirmarem, com todas as possibilidades em suas mãos. Começam a trilhar poucos passos. Se lançam em uma direção, perseguem outra, acumulam peças, e aos poucos constroem um tesouro de valor inestimável que, inequivocadamente, recusam. Eis nossos contrários. A beleza da existência repousa nessas contradições.
      Eu acredito na bondade humana. Tropeçamos em nossos passos claudicantes quando nos permitimos um refúgio no subconsciente poluído de experiências negativas que acabaram constituindo uma identidade que não é própria de nossa essência.

Almas que choram





Há anos, as Ciências da Saúde preocupam-se em estudar as principais causas e formas de reverter diversas doenças físicas. O que não esperávamos era a proporção de doenças psíquicas se sobrepondo às biológicas. Diariamente, assistimos aos noticiários e lemos nos jornais que milhões de pessoas em todo o mundo tentam “conviver” com a depressão. Cientistas e especialistas, atualmente, conseguiram desenvolver tecnologias para mensurar o nível da dor a partir da demarcação de áreas encefálicas, o que favorece pacientes impossibilitados de comunicar a dor, o sinal mais subjetivo que se conhece.
Já era de se esperar que a Psicologia e a Neurociência do futuro enfrentassem obstáculos quase intransponíveis a fim de suprir uma demanda crescente de afetados pelos “males da alma”. O próprio nome caracteriza essa gama de desordens que, tristemente, compõem o cotidiano humano.
Os avanços neste modelo de assistência, hoje, são preocupantes.  Embora as pesquisas continuem se aprimorando, a aplicabilidade das técnicas de avaliação comportamental devem ser revistas. A simples distinção entre dano e trauma psíquico transforma-se num quase abismo do conhecimento adquirido. Despindo-se de demais críticas, ouso questionar: até que ponto o estágio de evolução espiritual que nos encontramos favorece a observação mais clara do outro que sofre de algum desses males?
Tanto essa indagação como outras que rodeiam o universo científico devem ser consideradas, ao levar-se em conta o mundo existente dentro de cada um. Quem se limita a observar seu paciente unicamente com o olhar clínico negligencia o todo que o constitui. A importância da Psicologia repousa nesse contexto.  Sempre admirei os Psicólogos, sobretudo os que se exercem sua profissão com amor. Talvez porque em um futuro não muito distante, este serão os profissionais mais requisitados em um vasto mercado de trabalho. Não quero ser pessimista, apenas aguçá-los a ter um olhar ampliado do nosso viver.