Há anos, as Ciências da Saúde preocupam-se em estudar as principais causas e formas de reverter
diversas doenças físicas. O que não esperávamos era a proporção de doenças
psíquicas se sobrepondo às biológicas. Diariamente, assistimos aos noticiários
e lemos nos jornais que milhões de pessoas em todo o mundo tentam “conviver”
com a depressão. Cientistas e especialistas, atualmente, conseguiram
desenvolver tecnologias para mensurar o nível da dor a partir da demarcação de
áreas encefálicas, o que favorece pacientes impossibilitados de comunicar a
dor, o sinal mais subjetivo que se conhece.
Já era de se
esperar que a Psicologia e a Neurociência do futuro enfrentassem obstáculos
quase intransponíveis a fim de suprir uma demanda crescente de afetados pelos
“males da alma”. O próprio nome caracteriza essa gama de desordens que,
tristemente, compõem o cotidiano humano.
Os avanços
neste modelo de assistência, hoje, são preocupantes. Embora as pesquisas continuem se aprimorando,
a aplicabilidade das técnicas de avaliação comportamental devem ser revistas. A
simples distinção entre dano e trauma psíquico transforma-se num quase abismo do
conhecimento adquirido. Despindo-se de demais críticas, ouso questionar: até
que ponto o estágio de evolução espiritual que nos encontramos favorece a
observação mais clara do outro que sofre de algum desses males?
Tanto essa
indagação como outras que rodeiam o universo científico devem ser consideradas,
ao levar-se em conta o mundo existente dentro de cada um. Quem se limita a
observar seu paciente unicamente com o olhar clínico negligencia o todo que o
constitui. A importância da Psicologia repousa nesse contexto. Sempre admirei os Psicólogos, sobretudo os que
se exercem sua profissão com amor. Talvez porque em um futuro não muito distante, este serão os profissionais mais requisitados em um vasto mercado de trabalho. Não quero ser pessimista, apenas aguçá-los a ter um olhar ampliado do nosso viver.