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sábado, 1 de dezembro de 2012

Dedicatória




Dedico estes textos às pessoas,
que em alguns poucos segundos mudaram suas concepções de vida.
Escolheram abandonar as ilusões e o materialismo frenético,
para se encherem de força mística.
Não falo de amor, aquela fonte dos devaneios,
Mas de vitalidade inesgotável.
Pois o viver já as convida ao combate,
Em que as armas são feitas dos mais longínquos sonhos.
Dedico aos parentes, aos amigos, e aos mestres.
Às cidades onde vivi – Araguaína e São Luís.
E aos Enfermeiros, pela experiência única e que jamais se repete por igual.

domingo, 30 de setembro de 2012

Noções da vida




Minha inspiração para a criação deste blog foi oriunda de uma permanente curiosidade sobre o desenrolar da vida. Há algum tempo me interesso pelas questões existenciais humanas, a ponto de, quando ainda criança, ter o impulso de olhar minha imagem refletida no espelho e pensar: “Um dia morrerei, e para onde irei?”.
Parece surreal, mas minha mentalidade durante a infância funcionava como a de uma filósofa em potencial. Minhas brincadeiras giravam em torno de papéis encantados, como o de querer formular poções mágicas que, certamente, serviriam para o alcance da vida eterna, ou simplesmente, para minimização do sofrimento Terreno.
Caracterizar o que me motivou, até agora, para a incansável busca dos meus sonhos é quase um desafio. Colocar no papel descrições de sentimentos e desejos pessoais é algo inestimável. Nem mesmo os estudiosos da filosofia, teologia, psicologia, psiquiatria e demais ciências da mente são capazes de traduzir o que fortalece as ações humanas.
O estudo do comportamento é o mais intrigante em minha jornada. Sempre comentava com meus amigos que o guardava dentro de um “baú de tesouros”. Encontrar os caminhos que me levariam a estudar tais mistérios (encontrar o baú) não foi tão complexo. A meu ver, difícil mesmo foi achar a chave certa. Aquela que me conduziria a entender a Ciência do Impossível.
Quando concluí o curso de Enfermagem, iniciei uma fase da vida que tudo a meu redor me fazia sentir a própria cientista. Não encontrava um obstáculo sequer, nem incertezas nos caminhos. Passei a atuar com ousadia, coragem, esperança, amor e, acima de tudo, fé no impossível. Percebi que com tais atitudes meus desejos se transformariam em objetivo fixo, revigorado. Passaria a ser fato incontestável em meu eu interior.  O poder do querer é sim, a Ciência do Impossível.
E quantos pelo mundo afora já se esqueceram de sonhar, de buscar o impossível? Enquanto forem perpetuadas as vontades humanas benignas; enquanto um deseje amar o outro; enquanto um sinta prazer em transpor barreiras; enquanto um salte abismos de desafios; enquanto um lute pela vida; enquanto um faça palhaçadas para ganhar um sorriso; enquanto um crie uma nova melodia; enquanto um movimente centenas de outros em prol de um ideal; enquanto um faça outro perder o medo do escuro; enquanto um estiver inquieto, pensando no que fazer para melhorar o mundo amanhã; aí estará a harmonia vital. Vitalidade. Ser vivo. E estar vivo é acreditar que tudo se pode, se tiverdes fé.
Viver é escolha. E escolher viver nos põe em uma condição de saber o que nos motiva a levantar todos os dias pela manhã. É fácil seguir o curso natural das coisas, e se colocar em um lugar que nada mais precisa ser feito. É fácil ouvir os que já viveram bastante, e se sentir satisfeito em copiar seus trabalhos, ou simplesmente deixar que a vida se encarregue de colocar-lhe em uma condição favorável. São opções. Mas, me parece conveniente buscarmos um caminho diferente, um caminho que sobrepõe toda a satisfação do corpo biológico. Eu escolho esse novo trajeto. A busca pelo sentido existencial, pela motivação de apenas ser vivo.
A teoria das necessidades humanas básicas de Maslow determina como a pessoa se move na vida, desde o preenchimento das necessidades básicas até os níveis mais superiores, com meta final de integrar o funcionamento humano e obter a completa saúde. Este aspecto é pilar fundamental da Enfermagem e direciona todo o seu trabalho.
Partindo deste conceito, resolvi entender, com mais profundidade, a teoria de Maslow, pois desde que a conheço acredito que seus argumentos são a base para a felicidade humana. A teoria das necessidades humanas básicas surgiu de uma percepção clara sobre o que nos torna satisfeitos, e o que fazemos quando esta satisfação não é alcançada.
Existe uma hierarquia, níveis de prioridades para aquilo que desejamos. A fome, por exemplo, é uma sensação primária. Não conseguimos desempenhar nenhuma outra tarefa se não nos alimentamos adequadamente. É nossa reserva energética que precisa ser mantida. Poderíamos citar também os cuidados relacionados à higiene corporal, necessidade de sono, e tantos outros que, do ponto de vista físico, não poderiam jamais serem deixados de lado.
Os níveis seguintes, citados por Maslow, envolvem a segurança ou seguridade; pertencimento e afeição; estima e auto-respeito; e a auto-realização. Pode-se observar que estes quatro níveis restantes não poderiam existir se o indivíduo vivesse em um total isolamento. Diga-se de passagem, que a necessidade fisiológica é instintiva, e nos mantém apenas vivos, diferentemente das necessidades superiores anteriormente mencionadas, que nos impulsionam à felicidade.
Chegamos ao propósito deste blog. Como alcançar durante nossa curta e intensa trajetória todos os níveis esquematizados por Maslow? De que forma a sociedade contemporânea interfere nessa busca? Existem pessoas felizes apenas por estarem com os pés nos primeiros degraus da hierarquia, ou idealizam o alcance da auto-realização pessoal? Chegar ao topo é utopia ou fato incontestável? Basta acreditarmos, e nos engajarmos na assimilação de algumas técnicas, que formam o leque das noções da vida.

sábado, 8 de setembro de 2012

Desencontros


   Escrever o que emana do íntimo em festa, por encontrar nos resquícios da sombra, na penumbra gélida de um corpo que busca por sua alma perdida, uma ponta de calmaria. Há quantos anos lutei por acreditar que estou a mesma. Que nada foi roubado, quebrado ou enganado. Que os rodopios da vida não me fizeram arrancar fragmentos do que jamais encontraria em prateleiras: meus dons esquecidos, minha luz abafada, eis-me aqui. Eu poderia desenganar alguns tolos e precipitar-me em medo, ou furor, manifesto de uma menina que perdeu tudo em tão pouco tempo. Parecia uma guerra. E era! Liguei a televisão e pude ver tudo ruir, junto comigo. Eram tantas perguntas, que apenas cabiam nas lágrimas. Era isso, e ponto.
   Passei a somente viver, mas, qual vida? Essa não era a minha. Enquanto algumas desenvolviam o ávido gosto pelo prosseguir, ela apenas "seguia". Um querer que não tinha bem-querer. A ronda permanente da sequência dos dias, sem mudanças, sem esperanças, um cenário de permanência no pouco que havia frutificado. A insuficiência do desenvolvimento para mim, era uma eloquência para os demais. Escreve bem, fala bem, se comporta bem, e assim, não precisaria de mais nada. A quem é dado o direito de se achar completo? Mereceria um trilhar, um sentir dos que a rodeiam, ao mesmo tempo em que se percebia  inserida em seu contexto próprio. Durou muito pouco, rapidamente perdeu-se. Retirada a alegria pelo simples gosto de alguém que queria presenciar o fim. Este o conheceu da maneira mais trágica.
   Eu não queria empurrar os dias. Sonhava por fazer de cada um deles um espetáculo. E ainda sonho. Ainda insisto. Porque hoje entendo que era necessário ter passado por tudo aquilo. Eu dependia de muitas coisas, agora aprendi a ser sozinha. Negava de todas as maneiras a infelicidade que havia tomado conta de mim, mas agora encontrei o conforto almejado. Deus existe, e me quer perto...somente Ele.

domingo, 22 de julho de 2012

A conjugação das relações humanas

    
     "Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo, e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo..." Essa música consegue me trazer recordações, mas, além de meras memórias, ela remete a reflexões. Algumas análises do quanto as nossas emoções vão se dissipando ao longo do tempo. Antigamente, um dos poucos momentos que me trazia paz, era o de pegar um simples pedaço de papel e ver as letras ou rabisco irem brotando, trilhando aquilo que o coração gerava, como pequenas fagulhas a iluminar aquele pedaço de algo branco, sem vida. Imagine o quanto tem se tornado difícil, nesses últimos tempos, (digo, últimos porque, se isso tudo não estiver prestes a acabar, Alguém precisa urgentemente voltar - frase dita por uma amiga, que me deixou atônita) construir uma conversa com outro de sua espécie, que consiga interpretar o que emana de tua alma, e poder, através disto, gerar um constructo benéfico para ambos. Claro que a intenção aqui não é moralista. O que quero dizer é que, nossa pretenção nas relações deveria ser a de formular ideologias, com as quais se pudessem ampliar as visões e, a partir delas, criar opiniões que por mais divergentes que sejam, possam convergir. Uma dimensão quase alienígena, se comparada a distância de ano-luz que, conotativamente, existe entre você e eu, neste pequeno mundo chamado "espaço político-ideológico".
    Aos menos esclerecidos, convém simplificar o texto. Hoje, o direito da liberdade de "expressão" tomou força. Somos formados por uma carga de opiniões, conceitos e teorias que regulam as nossas relações com outros seres humanos, e dos mesmos com o mundo ao qual fazemos parte. Triste é pensar no termo humanização, virtude suprema. São incalculáveis os momentos, do meu cotidiano, que a palavrinha se apresentou, desinibida, em meio ao espetáculo triunfante denominado "Saber Viver", obra poética que poderia ser encenada a priori dos assuntos éticos, políticos, econômicos, administrativos, e de tantos outros adjetivos que nos chegam sem ao menos pedir licença.
    A folha qualquer da música é comparada à existência dos sujeitos. Acreditamos que nos é permitido nascer, crescer, desenvolver, pensar, decidir, lutar, sofrer, criar e alguns outros tantos verbos, que ainda nem aprendemos como conjugar, sabido as infrações educacionais cometidas no percusso, claramente investigadas e identificadas, não derivadas da vontade daquele qu busca aprender, e sim, do universo psicológico que o constituiu. Porque palavras não são códigos que enfeitam um papel, ou dão margem para represálias. O que presenciamos é a insignificância atribuída ao verbo humanizar. Tornou-se amorfo, caótico, desprezível, restrito. Conjugar virou matéria abstrata, para certos que não sabem o sentido de agir, transformar, realizar, viver ou, simplesmente, existir. Paradoxalmente, o castelo é entendido como a vida. Ela não deriva das seis retas, mas da maneira que você encara a disposição destas seis retas para formar o seu castelo.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Distância


    Não adianta inventar um outro caminho. As nossas obras se tornarão plenas de significado apenas quando, realmente, atribuirmos um sentimentalismo às mesmas. Amo falar do amor. Ele é tão intenso que várias vezes o confundimos com ódio. Porque o amor é essa força que nos motiva. Completamente insano é revelar dor por algo que apenas nos alimenta, nos orienta e nos trás pra perto de quem construiu a nossa história. Não quero me arrepender das lembranças que não guardei, das palavras que não compreendi e dos sorrisos que não cativei. Quero ser feliz sempre que eu souber que você jamais me esqueceu.
     Eu descobri o que nos leva embora. É justamente o pedaço de nosso coração que não consegue se adequar aos outros que sobraram, naquele dia que nos distanciamos por longos anos, e não nos foi dado nem o alívio de dizer um breve adeus. Mas você me acompanhou até aqui, sem eu suspeitar que estavas comigo o tempo todo.

   
 

sábado, 9 de junho de 2012

Feliz é quem ama

 
  Nada mais sufocante do que entender que suas pretensões de vida são únicas. Claro que, num primeiro momento isto seria glorioso a meu ver. Perceber-se como um ser inovador, que descarta qualquer possibilidade de mover-se pelas facilidades. O homem que decide encantar-se pelas dificuldades ganha a melhor arma no combate diário. A mente acaba por expandir-se e adquire maleabilidade. Mas o que isso tem a ver com a saúde mental e a afetividade? Praticamente tudo. Pode não ser tão perceptível, mas a busca primária do homem no caminhar da existência diz respeito a satisfação de suas emoções e a aquisição da felicidade, sendo esta alterada conforme as características individuais, formadas principalmente pela cultura, religião, sociabilidade e educação. Assim, podemos prever que os objetivos são alterados conforme as experiências vividas, o que enriquece o coração humano a medida que ele avança em seus ideais.
  E quanta realização existe em um homem que atingiu o auge de seus sonhos. Mas não pense que a concretização do desejo dependeu apenas de esforço intelectual ou físico. Eu diria que a parte mais significativa veio de pensamentos do próprio idealizador, da esperança e da confiança ao saber que tudo já estava resolvido desde o surgimento do problema. Amar é encontrar beleza nas tragédias. O afeto nos proporciona uma visão mais positiva das adversidades e contribui nas artimanhas usadas para sairmos ilesos de tantas atrocidades do espírito.
  Durante as lutas travadas, quem mais sofre com as perdas é a alma, tal qual o cristal que se quebra e nunca retornará ao formato original. O espírito é a composição frágil do homem. Se ele enegrece, torna-se trabalhoso retorná-lo a luz. Exige paciência, dedicação, otimismo e amor. Com isso, a amor pode curar. A frase mais ouvida nestes tempos é a menção que se faz às curas pelo amor. Nada consegue chegar à resolutividade que envolve o campo espiritual como a utilização da afetividade. Isso porque o amor é a energia que equilibra nossas vibrações.
  Existem diversas publicações sobre o tema, mas todas revelam um mesmo preceito: todos nascemos com um instinto natural para o amor, que envolve o cuidado e o interesse pelo bem. Assim, o que ocorre com o decorrer do tempo é que as pessoas acabam priorizando coisas finitas, que trazem alegrias momentâneas. Mas este não é um livro de acusações, pois a cada um é dado o direito de escolha. O que se pode afirmar é que a sociedade tem se decidido por ser feliz de um jeito "prático", e isto significa abdicar dos meios que proporcionam a verdadeira alegria.

Da Felicidade
Quantas vezes a gente, em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão, por toda parte, os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!
(Mario Quintana)

sábado, 14 de janeiro de 2012

Eu escolhi amar




   Volto a dissertar sobre o tempo e o amor, fazendo-me entender a complexidade do pensamento oriundo de qualquer sentimento. O agir humano sempre se baseará em desejos, alguns deles sublimes, outros mais maléficos. Entretanto, compartilhar consigo mesmo as fraquezas e as lacunas existenciais, ganhadas durante a trajetória da vida, implica em reconhecer-se como um ser humano inacabado, porém dotado de comportamento adaptativo. Tais dizeres se fazem conteúdos de difícil assimilação neste primeiro momento, mas se refletires sobre a dinâmica da vida, entenderás o que eu digo.
  Ao nascermos, ganhamos um espírito único, advindo do amor entre duas pessoas. Se esta união for verdadeira, é certo que o produto deste amor crescerá com perfeição, recebendo os dons e carismas de  Deus em sua plenitude. Quem vem do amor, só saberá amar, nada mais.
   É a partir desta reflexão que entendemos as mazelas cotidianas. O mundo se afunda em guerras, egoísmo e ódio, à medida em que conserva as tristezas da sociedade com o passar do tempo. Ao invés de retornarmos e transformarmos a história de novas vidas, insistimos em progredir, sem nos desfazermos destes sentimentos impuros, que nos tornam criaturas mais frias e incapazes de perceber o outro.
   É como uma carga genética adquirida, que se mantém por várias gerações. Independentemente daquilo que façamos, jamais ela será totalmente aniquilada. Somos o produto das desgraças de pais, avós, tios e demais parentes aos quais não temos qualquer lembrança. Tudo isto por causa do comodismo, de se pensar que é melhor seguir um modo de vida já previamente estabelecido, do que sentir as dores advindas pela resolução de desafios.
   E você? Aceita o desafio? Quem sabe a sua decisão seja o primeiro passo para a transformação de tantos. Não é nada fantasioso, nada é inatingível. O que ocorre com as pessoas é o desânimo. Elas desistem de amar. Não se pode desistir das coisas que nos tornam melhores e mais seguros de onde iremos chegar. Decida-se por ser feliz, confie e entregue-se ao amor.